sábado, novembro 22, 2008

Na plataforma desta estação que é a vida

Quando nos conhecemos, esta data já estava marcada: vinte e pouquinhos de novembro. Ela, sensibilidade e companheirismo feitos de um olho verde puxadinho mais lindo que o da Carla Sarkozy, daqueles que se fecham quando ela ri – e ela ri sempre. Ele, a pureza de um menino em corpo de moço grande, um cardiologista que deve ter escolhido a profissão pautado no que há de melhor dentro nele. Dentro dos dois, a pequena Sofia, em quem eu materializei a falta que minhas sobrinhas me fazem. Vivi essa amizade como um doente terminal, que sabe que tem poucos dias pela frente. Aproveitei intensamente cada segundo, não economizei telefonemas, não recusei um convite. Nenhum museu, nenhum passeio na rua, nenhum café com comprinhas era banal: cada palavra tinha o tamanho de uma amizade que era nova no tempo mas eterna na cumplicidade e na vontade de estar junto. Hoje, eles foram embora. Uma vez me falaram que quando a gente sai da nossa terra vive sempre com saudades. Quando está fora sente falta de casa, quando está em casa sente falta do segundo lar. Seria fácil se fosse cartesiano assim. Porque o mundo se move, muitos dos que eu eu deixei em Brasília não estarão lá quando eu voltar – e alguns dos poucos que eu conquistei aqui às vezes também precisam buscar outros rumos. Mas porque o mundo se move, eu me consolo dessa saudade enorme. O mesmo vento que separa volta a unir. Vai ver que é essa a graça da vida.

7 comentários:

Dante Accioly disse...

Que lindo, Carol. Faço minhas as palavras de Ultraje a Rigor:
"Mas eu me mordo de ciúmes!!!!!"
:)
Beijo procês!

disse...

Fiquei até arrepiada de ler esse texto! Os 2 vão fazer falta por aqui... Beijos.

Anônimo disse...

os amigos se reconhecem, e sabendo disso sei porquê vcs carregam esses dois - que eu ainda sequer conheço - no coração... mana, meus olhinhos encheram de lágrima. que sorte de vocês se encontrarem!! a amizade ultrapassa qualquer oceano. te amo, e estou morrendo de saudade. um beijo enorme, sua mana mais sentimental, sá! :)

Felipe disse...

Quando eu morei fora, chegava uma hora que eu parava de ficar trocando idéia com quem eu sabia que ia embora dois, três dias depois. Porque era uma coisa quase melancólica saber que, apesar dos vários meios de comunicação que reduzem distâncias, você provavelmente naõ veria os outros nunca mais.

Beijocas, lindona!

m. disse...

simplesmente lindo, como as amizades devem ser.

Paula Menna Barreto Hall disse...

Ei, Carolzinha, que delícia! Saudade gostosa, amizade querida...fiquei aqui encantada com a leveza e beleza do seu texto e sentindo essa saudade que vai e vem e não acaba nunca. beijos

lucila disse...

Carolzinha querida,
voce nao sabe como meu coraçao esta triste agora... triste e feliz ao mesmo tempo por saber que nos encontramos nessa vida e que deixamos uma amizade tao pura e verdadeira, que nossos caminhos com certeza se encotrarao novamente.
Hoje bateu uma saudade grande de voces e resolvi ler o blog, na verdade,ate hoje qualquer movimento que eu pudesse fazer em direçao a Paris ainda era muito doloroso, por isso faltava coragem de buscar essa aproximaçao.
Como a saudade foi mais forte, assumi o medo e vim te encontrar aqui, adorei ver todos os posts, mas o preferido foi a filmagem da torre pois pude sentir voce pertinho,como se eu tivesse te vendo "de verdade"... quando comecei a voltar no tempo pra saber o que tinha acontecido na sua vida depois da nossa partida encontrei esse testemunho de amizade (ainda bem que nao vi antes). Nao sabia se lia ou se me enchia mais de forças e voltava depois... é claro que nao consegui resistir e agora estou num misto de sentimentos e lagrimas.
Amamos voces e nunca esquecermos os momentos que vivemos dessa amizade, que apesar de nao terem sido muitos foram intensos.
Ate muito breve!! com uma saudade gigante de voces 4!!
Lucila
Ah, avisa pro Dante que eu tambem "me mordo de ciumes" dele e da Fabiola.