Desmotorizados convictos em Paris, a gente atrai olhares compadecidos dos nossos amigos super acostumados com carro. Sair com os meninos final de semana é praticar esporte, não importa o programa. Sábado passado foram dois metrôs e um ônibus para chegar ao parquinho, e olha que foi mole. Tinha elevadores em parte das estações, o que nunca rola – o normal é a gente carregando carrinho e crianças escada acima, escada abaixo.
Acontece que eu não ligo. Talvez eu já estivesse preparada, talvez eu suspire aliviada ao ver a luta pelas vagas, talvez eu seja descendente direta de Jó. Não sei. Mas juro, não ligo.
Antes eu reclamava, mas também não me chateio mais com o sinal de fim do recreio que toca todo sábado uma e meia da manhã, lembrando do último metrô de volta da balada. Pior das hipóteses a gente caminha e pega o ônibus que circula a noite toda – acaba sendo divertido. Também não é isso.
A saudade que eu sinto do meu corsinha vermelho é menos pelas rodas e muito mais pelo porta-malas. Eu odeio carregar coisas – mas, como toda mulher, eu carrego. Muitas.
Minha bolsa XXL tem duas versões igualmente pesadas: segunda a sexta com caderno caneta o livro que estou lendo o livro que eu deveria estar lendo uma pasta com mil apostilas a luva que eu quase não uso remédio para dor de cabeça sem falar nos obrigatórios celular carteira máquina fotográfica batom. O modelinho findi vem munido de fraldas biscoitos chupetas garrafinhas de água todinhos e todos os obrigatórios aí em cima. É muito mas é normal.
O inferno é quando encavala dois compromissos, tipo aula e mercado, piscina e aula – o que é sempre. Num ombro a bolsa habitual, no outro a sacola com toalha xampu pé de pato touca óculos maiô e tudo o que vem junto. Nada menos que oito quilos, de acordo com a balancinha do meu banheiro. É difícil manter o humor (no frio) com essa carga nas costas. E impossível manter o estilo.
8 comentários:
Carolzinha, você é minha heroína! Meu lado romântico acha tudo isso lindo, admirável. Bem, pelo menos você está sempre em forma!!! A preguiçosa aqui só vive de carro pra cima e pra baixo acumulando um monte de gordurinha pra todo lado. beijos
BSB não é como Paris e mesmo assim ainda não me rendi ao carro. sou mesmo da vida de transporte coletivo, rsrsrsrs
adorei sobre o são jorge!
bjosss
Me indentifiquei muuuito com esse teu post!!! Ja estou toda torta de tanto carregar a minha bolsa que so fica mais pesada a cada dia...Fora o peso do barrigão de oito meses!!! So quero ver depois que além da minha bolsa-chumbo ainda vou carregar a bolsa-chumbo do bebê!!!
Haja coluna, haja alongamento, haja massagem do maridão!!!
Bjus Carol!!!
Depois de ver vocês fazendo aquela odisséia (ou seriam "Os 12 trabalhos de Carol e Alberto"?) subindo as escadas do Montmartre, eu não dudivo de mais nada.
E, numa boa, carro na europa (nao só em paris) deve ser um luxo (ou lixo) a que poucos se dão direito. Nao tem nada melhor que o direito de ir e vir a qualquer hora como e quando for sem depender de ninguém.
Nem que seja de madrugada num ônibus que fará 54 paradas antes de chegar ao destino final e com você indo pro lado errado antes de ele tomar o rumo certo em Paris.
Beijocas!!!
KKKKKKKKKK!!!!!!!! Genial!!!!!! Carol, compra um Smart!!!!! Ele é pequeno. Se não tiver onde estacionar, guarda na bolsa! :) Beijo procês!
Carol, sabe o que eu acho? Que quando a gente tem carro a quantidade de itens que a gente carrega na bolsa e fora dela é ainda maior! Meu carro armazena tanta coisa que já foi considerado uma pequena casa. Quando quero transpor tudo isso de volta pra casa são várias viagens... Ou seja, vc não iria escapar dessa odisséia!!! Beijões saudosos
Pelo que observo, desenvolvi a teoria de que nenhuma mulher é feliz com menos de duas bolsas. E pelo menos uma delas tem que ser bem grande. É inacreditável como vcs saem carregadas no dia-a-dia!
Easily I agree but I dream the brief should acquire more info then it has.
Postar um comentário