A exposição do Petit Nicolas foi pra mim uma ode à amizade criativa. Ela revela o processo criativo super cúmplice dos dois pais do personagem que, tendo se conhecido adultos e crescido cada qual num canto do planeta, se tornaram amigos de infância. Goscinny escreve como se sonha: o encanto das histórias faz pensar que aquilo não pode ter saído da cabeça de gente grande, ao mesmo tempo em que a beleza do estilo dá a certeza do contrário. De Sempé, o desenhista, não preciso falar nada - basta espiar o olhar curioso e o sorriso sapeca que ele constrói com três traços. É fofo demais ver como se divertiam criando, como se completavam, se traduziam e se tornavam um só naquele menino de sete anos.
Me fez pensar, bem modestamente, no quanto que é bom ter parcerias pra inventar as invencionices da vida. Bichinhos de feltro com a Érika, meu desastre violônico com a Quel, o livrinho da vovó com a Ana, um site que nunca saiu com o Yury, as matérias da Brazuca com o Dani. Nada mágico como o Petit Nicolas, claro - mas o resultado nem é o que mais importa. Me basta a beleza do processo.
2 comentários:
Pra mim, que moleca comecei a Alliance Française aqui em Brasíla, o Petit Nicolas foi praticamente leitura de infância. E falando em amizade criativa, faltou lembrar que Goscinny também fez uma parceria do capeta com o Uderzo (Asterix foi minha leitura de adolescência. Quando saímos de casa, teve até briga pra ver quem ficava com a coleção - minha irmã ganhou :P)
eu gosto, e muito, das nossas parcerias ;)
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