domingo, janeiro 17, 2010

Didi

Notícias da tragédia no Haiti ao vivo, a cores e com o texto sensível e preciso do Diego Escosteguy, no blog dele na Veja.

11 comentários:

Anônimo disse...

que orgulho, hein?! :) beijos, sá.

Anônimo disse...

Sério? 200.000 mortos e o cara diz: "Eu não vivo sem chiclete. Fulaninho não vive sem chocolate." ?
Por que alguém tem que procurar gasolina é frentista?

Anônimo disse...

Bom, se o assunto é recomendar blog, para um relato sensivel e menos midiatico sobre o Haiti, sugiro o dos alunos da UNICAMP - http://lacitadelle.wordpress.com/, porque esse outro ai é triste de tão ruim. Esses nossos jornalistas...

Abraços, Bia.

Unknown disse...

Carol,

tem outro jornalista amigo seu chegando lá. Aqui, mistura de orgulho e coração apertadinho...

Li

Carol Nogueira disse...

Pessoal,
Deixa eu entrar na polêmica pra explicar uma coisa. New journalism é um lance não tão novo assim, criado em meados do século passado pra definir um jornalismo mais pessoal, testemunhado, declaradamente calcado nas próprias experiências do repórter -acho que é tipo os ancestrais dos blogs. A ideia é contar como uma pessoa normal (como eu e você, que temos nossos hábitos, prazeres, vícios, emoções) se sente diante daquela situação relatada (uma catástrofe, uma investigação, uma grande festa). Com as agências de notícias, é pra isso - e só pra isso - que os jornais gastam dinheiro enviando enviados especiais. Os números, o "oficial", é menos importante do que esse "ambiente", justamente porque isso pode ser recuperado depois. Agora, sobre o "ambiente" em si, essa coisa do eu-repórter: tem gente que adora e tem gente que detesta. Eu adoro - quando é bem feito. O risco (que é enorme, tendo em vista a tendência que nós, jornalistas, temos para o pecado preferido do Al Pacino em advogado do diabo) é a autobiografização excessiva das matérias. Risco a que todos nós estamos sujeitos. Digo tudo isso pra que não leiamos essas matérias dos blogs pensando "ai, que idiota, quem perguntou se ele gosta de chiclete". Tem gente que gosta desse tipo de informação. Faz o leitor se sentir lá, diante da tragédia, colocando em perspectiva seus pensamentos, seus reflexos, seus hábitos mais idiotas em face de uma situação extrema como essa. É nessas horas que o repórter revela, querendo ou sem querer, a que ponto ele foi atingido, mudado, tocado pela sua matéria - a quem ponto ele está vivendo a matéria, ou se está só assistindo. O resultado disso tudo está no texto - que vai nos tocar na mesma medida em que ele, o intermediário da notícia, foi tocado. Agora a pergunta que não quer calar: por que eu não fiz um post sobre isso, ao invés desse comment imenso? Sei lá. :)
Beijo em todos. Li, parabéns pelo Rê. Fala pra ele me mandar uma foto que eu vou fazer propaganda dele também - vamos ver se ele agrada mais!

Anônimo disse...

Trocando em miúdos : são pagos não para informar, mas para entreter, da maneira mais burra e rasa possível. E porque menos críticos e reflexivos, acabamos por achar esse “new journalism” moderninho e antenado, ou seja, a “maior onda”... "que toca o leitor na mesma medida em que o intermediário foi tocado", francamente!

Ainda bem que (ainda) há bons jornalistas que escrevem em blogs cujo conteúdo passa ao largo do do coleguinha acima. Moral da história: cada um lê o que quer, e pensa (ou deixa de pensar) da maneira que bem entende.

Saudações,

J.

Carol Nogueira disse...

J., "na mesma medida" eu quis dizer: se o cara foi tocado, se ele se envolveu, o texto diz isso. Senão, se continuou pensando mais no próprio umbigo do que nas mortes ao redor, o texto também diz isso - talvez até traindo as intenções do repórter, que é o que parece ter acontecido nesse caso.
Você pelo jeito é bem exigente com suas leituras. E se anda por aqui, bom... (olha o pecado do Al Pacino!!) :)
Beijo!

Felipe disse...

Hahahahahaha!!! Carol tá demais.

E essa história de new journalism, se não me engano, começou ou pelo menos teve seu momento mais emblemático com o "A Sangue Frio", do Capote, que, apesar (ou por causa de) da intensidade, não deixa de ser uma obra-prima e, sim, bastante informativa.

Essa mania de colocar detalhes, de escrever experiências e percepções pessoais, como a Carol disse, não é de hoje e não vejo como isso possa comprometer a notícia, da forma como o anônimo (ou J ou sei lá quem) aí escreveu. Pelo contrário, num universo relatorial e supostamente sóbrio, a colocação das palavras tende a dar uma versão muito mais oficiosa e deturpada e, claro, menos intensa e mais fria do que num estilo mais perceptivo, tipo o que está nesse blog.

Não estou dizendo que o escrito mereve o prêmio pulitzer ou que seja inatacável o que ele escreveu. Mas acho que descartar o conteúdo por conta de uma frase - que, sim, faz parte do contexto e do estilo - me parece um pouco de implicância demais.

Abs e beijos

Anônimo disse...

Carol,

Eu não vivo sem chiclete - e sem o seu blog.

Um beijo,
Diego

Carol Nogueira disse...

Falei do Haiti na carta da semana no blog do Noblat. Aqui: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/01/21/a-ex-metropole-259316.asp

Anônimo disse...

Vida de jornalista muito emociante, bela e haja coração. Vamos em frente.....