Passei três verões em Paris. Me conformava em achar vaga fácil e em pensar que em pleno inverno (risada sádica esfregando as mãos) eu migraria para o Brasil.
Original, claro. Mas quem disse que eu não queria ter partido? Como todo mundo?
Prova: esse ano inventei férias em plena Côte d’Azur em pleno julho – como todo mundo. Tinha que ser de carro – como todo mundo. Tinha que ter endereços de charme – como todo mundo.
E, como todo mundo, passei boa parte do meu tempo de férias presa em engarrafamentos. Trocando sorrisos cúmplices com os outros motoristas. Com meus companheiros de fila de supermercado.
Olhávamos pra cima, dávamos de ombro como quem diz: paciência! Como quem diz: estamos no mesmo barco...
Se encontrar no outro - eis o conforto (altruísta e medíocre) de ser como todo mundo
3 comentários:
eu curto MUITO ser como todo mundo! :)
dá muito trabalho ser diferente! eu nem perco tempo...essa história de que unanimidades são burras é a maior balela!
Como uma vez eu escrevi bem aqui (http://le-croissant.blogspot.com/2010/05/os-outros.html) todo mundo é diferente... é por isso que todo mundo é igual! Sacou o silogismo? ;)
Postar um comentário