segunda-feira, junho 20, 2011

Comofas?



Existe uma enorme parte da população brasileira que acha muito chique morar em Paris.

Eu acho muito divertido, muito cheio de opções culturais baratas (comparado com Brasília), muito charmoso, muito fácil de se locomover - acho tudo de bom, mas não acho necessariamente chique porque esse negócio não faz a minha cabeça. Nem meu bolso.

Isso não quer dizer que não haja um milhão de coisas chiques que eu conheci em Paris que eu ache bacana. Por exemplo, eu nunca tinha visto de perto, assim, tanta roupa de marca - de marca de verdade - antes de morar em Paris.

E digam qualquer coisa - que é caro, que é imoral, que um vestido custa o salário de um ano de uma empregada brasileira, que você compra uma peça idêntica em outra loja por 10% do preço - mas não digam que um Marc Jacobs é feio. Não é. É lindo. E, bom, eu posso até não ligar muito pra isso, mas É um Marc Jacobs.

Eu nunca faria isso com meu próprio cartão de crédito - por todos os motivos supracitados - mas acontece que hoje eu ganhei meu primeiro Marc by Marc Jacobs. De uma pessoa phyna, claro. Um vestido fofo.

Acontece que eu só uso H&M - não sem certo orgulho. E acontece que, sei lá, não tenho muita experiência nisso, mas me parece que uma boa parte do legal de se ter um Marc Jacobs é que as pessoas saibam que você tem um Marc Jacobs.

E agora? Como faz

12 comentários:

popfabi disse...

quem sabe, sabe. isso sim é ser chique.
comprei meu (único) vestido armani numa mega promoção em nyc. no casamento, OS CHIQUES sabiam exatamente a grife do tal modelito. eu só sorria!

Rodrigo disse...

Eu sou fascinado pelas marcas. Mas às vezes só de passar um dia no Bon Marché vendo e pegando em tudo já me satisfaz.

Anônimo disse...

Faz o que vc acaba de fazer! Coloca no facebook e mostra pra todo mundo!

Carol Nogueira disse...

Não foi uma super ideia? :o)
A única coisa que me preocupa é desconfiar que nem todo mundo entende as minhas ironias.
Um beijo pra todos os phynos do planeta Terra. E pros que são como eu também.

Leandro Wirz disse...

Talvez eu não tenha entendido suas ironias. Mas as marcas célebres pela qualidade e pela "chiqueza" costumam ter seus méritos. Uma bolsa LV é uma bolsa de qualidade, sem dúvida. É óbvio que pagamos mais caro por ela do que por outras bolsas tão boas quanto. Mas aí reside o fascínio pelas marcas. E a nossa vaidade. Nesse mundinho pós-moderno, não nos basta ter, é preciso mostrar que temos. Às vezes é exagerado e babaca; às vezes é apenas como somos. E qual o mal? Não tenho saco para patrulhas. Tá feliz com o seu Marc Jacobs? Tá feliz com o produto e com a marca do produto? E tá feliz com a mensagem que vc transmite às pessoas usando essa roupa e essa marca? Então, pronto. É o que importa nesse caso. Que o seu vestido lhe dê bons momentos. Sem nenhuma ironia minha. Bj

Anônimo disse...

Voce começou com a foto da etiqueta o restante foi comentarios divulque aliás esta é a Carol que conheço observa, lê e escreve. Estou com muitas saudades de você, beijos

Natália Santis disse...

Nunca ganhei uma roupa de marca. A vontade que tenho em viajar para a França é estritamente cultural. Sou fascinada pela revolução e a história de alguns monumentos da cidade da luz :)

Um dia eu chego aí, só não sei quando :D

Anônimo disse...

e o que é chique, né?
eu adoro H&M!

Jana disse...

Tive o mesmo feedback ("que chique") ao vir Aprender francês em Nice. Também faço o estilo descontraído e acredito que o orgulho de usar H&M vem da percepção do quanto as roupas traduzem nossa identidade. Acredito, porém, que não seja nenhum pecado gostar de ganhar e mostrar uma roupa de marca.
@Fabi: concordo plenamente, os verdadeiros chiques reconhecem uma boa roupa de grife!

Anônimo disse...

Gosto muito de seus textos e observações. Entretanto, fiquei surpresa com este aqui. Hum...,sei lá, a irônia esconde uma vaidade que grita aquilo que o desejo desejava e não podia comprar. Matando a vontade do desejo, ela precisa agora criar no outro a fustração de desejar possuir algo tão caro e considerado super na moda, porque se isso não ocorre não tem graça, não é mesmo? Sem este pequeno detalhe, o objeto almejado perde o valor... Isso me faz pensar que a públicidade consegue atingir, em cheio, a nossa vaidade e esta é capaz de crear em nós desejos e satisfações tão mesquinas e fúteis que no final acabamos convictos de que algumas "marcas" grandiosas valem a pena, mesmo custando um ano inteiro de sálario de uma empregada doméstica... Ah... nossas queridas domésticas, serviçais fiéis até mesmo na hora de ilustrar reflexões cor-de-rosas de um universo burguês. Peripécias do mundo moderno...
Grande bj

Carol Nogueira disse...

Lindos todos,
Minha prima me postou no feice um link que diz muito sobre esse assunto, mas já aviso: a discussão só vale a pena pra quem gosta de moda - seja lá o que isso quer dizer.
http://www.anamappe.com.br/blog/2010/08/04/fashion-by-marc-jacobs/
Eu tenho milhões de questionamentos a respeito, que ficam evidentes quando um post que era só pra ser engraçadinho fica meio polêmico (até o Beto reclamou dele, tira daí a imagem).
Pra esclarecer: eu não acho razoável alguém gostar "de marca" pela marca em si. Comprar uma bolsa ou um vestido que poderia facilmente ser H&M simplesmente porque é "de marca". Dito isso, há vestidos e estamparias "de marca" que trazem em si algo mais do que uma roupa pra cobrir seu corpo. Que você não encontra, não, na H&M. Mas, na boa?, também não encontra na promoção da Marc Jacobs. Vou dar um exemplo, pra ficar mais visível o que eu quero dizer: o vestido da Cate Blanchett no Oscar desse ano. Aquilo é muito 2011. É muito século XXI. É impressionante ver o caimento dessas peças ou o inesperado das combinações. É isso que eu acho o máximo, mas acho o máximo de longe, sabendo que não é o meu mundo e vivendo bem assim. Aquele vestido é produzido e comprado por gente que tem outras referências de vida, outra relação com o dinheiro, um mundo onde a perspectiva entre o preço de uma peça e o salário de uma costureira (pra dar um outro exemplo, anônimo!) não faz nem muito sentido. Eu não vivo ali e estou muito bem confortável aqui no meu mundinho da H&M. O que não me impede de achar lindo e revolucionário o vestido da Cate Blanchett.
Um beijo pra todo mundo. E vamos falar do Hadopi que é um assunto muito mais interessante. :o)

Felipe disse...

Eu gosto das marcas Angelo Litrico e Wolnes. Na C&A nunca por mais de R$ 40.