Fauvismo

Eu não gosto de ficar falando porque todo mundo tira por corujice - e desta vez, eu juro, não é. Porque eu tenho senso crítico e sei que a maior parte dos meus superlativos em relação aos meus filhos existem justamente por eles serem quem são. Mas eu falo sério quando digo que o João é um artista moderno. É sério. E eu não estou dizendo que ele será, não. Ele é.

Eu vejo ele pintando e desenhando. Vejo como ele imprime emoção naquilo. Parece uma raiva, e a raiva vira força em cima do papel, e uma pressa estranha de misturar as cores. E de repente ele pára e pede outra folha - como quem diz esse aqui está terminado.

Eu falo também pelo resultado, porque é lindo o que ele faz. Não é o desenho de criança, bolinhas, tracinhos: é diferente. As cores são sempre de uma combinação inesperada e harmônica, a ocupação da página não é tradicional. É tão bonito que eu não me canso de pendurar na parede - hoje mesmo minha sala ganhou este quadro azul, verde e vermelho, que para mim é um pássaro.

Verdade que, como eu já disse, não entendo nada de arte. Mas toda vez que eu vou no Pompidou ele parece concordar completamente comigo.