quarta-feira, março 17, 2010

Revendo conceitos

A pessoa muda com a vida. Inevitável. Como uma calça jeans apertada, chega uma hora que as nossas mais sérias convicções de repente não nos cabem mais.

A maior volta da minha roda viva tendo acontecido há uns bons dez anos, eu andava bem acostumada com minhas impressões de mundo. Susto: dia desses percebi que meu conceito preferido datou.

Sujinho fashion (s.m.).: Rapaz tranquilo, gente-boa, fofo, obrigatoriamente meio barbudo, engraçado, com um fraco por música e por letras, cheio de bom gosto que (desnecessário precisar) eu amo. Eu e a torcida feminina do flamengo.

Então. O sujinho fashion morreu. Sorte nossa, não o significado (calma!) - mas o significante.

E olha, o problema não está no sujinho - de jeito nenhum!, continuamos trabalhando com barbas de dois dias e camisas não necessariamente passadas. O problema está no fashion.

Do alto dos meus trinta e poucos, a moda para mim se tornou o nada - ou quase. Um elemento do layout, claro, mas cada vez mais supérfluo. A alternatividade do homem, que no momento de gestão do meu conceito anterior me parecia um valor inescapável, hoje me soa quase sempre forçada, fabricada... metrossexual.

Meu novo sujinho é simples, em todas as suas conotações. Descomplicado, despreocupado, desenfeitado, desencanado de grana, de imagem. Sábado de manhã ele vai definitivamente preferir pintar por aí com a camiseta-pijama da noite anterior do que o último modelo Herchcovitch - o contrário, aliás, denotaria uma tremenda má gestão de recursos financeiros, que poderiam estar sendo utilizados em livros, CDs e etecetera.

O sujinho fashion morreu. Viva o sujinho simples!

15 comentários:

Dante Accioly disse...

Putz! Eu sou o cara!

Leandro Wirz disse...

Caramba, vou correndo rasgar todas as minhas cuecas Herchcovitch; Alexandre. rsrsrsrs

déborah nogueira disse...

obrigada por me manter informada!

Chéri disse...

Não sei porquê, mas tenho a impressão de ver um cara assim toda vez que me olho no espelho.

Beijos mil

Felipe disse...

Gostei!!!

Renato disse...

Esse negócio de sujinho fashion tem outro nome na minha terra.

Carol Nogueira disse...

Gente, só tô um pouco apreensiva... Ainda não apareceu UMA mocinha pra subscrever meu discurso! Acho que a minha defesa da simplicidade é solitária. Pelo sim pelo não, os que estiverem à caça esqueçam a camiseta-pijama! Acho que só faz efeito positivo em mim! (Sorte do Beto!)

machay disse...

Que bom que tenho aqui em casa 2 sujinhos simples.

Anônimo disse...

Esse Beto é mesmo um sortudo...

Camila disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alberto Lima disse...

Infelizmente, o meu famoso, antológico e antropofágico "short da letrinha" não sobreviveu pra contar a história. Resistiu bravamente muito anos às investidas da mulher amada e de muitos amigos. Mas não foi suficientemente forte para superar a insensibilidade da diarista, que, sem qualquer consulta ou aviso prévio, fez-lhe pano de chão num dia de faxina. Quando retornei à casa, encontrei-o lá na área de serviço, jogado, já inerte e sem vida, roto, desfigurado por K-boa, óleo de peroba e outros produtos do gênero... Não posso mais escrever. Fui tomado pela emoção da lembrança e da saudade.

Dante Accioly disse...

KKKKKKKKKKKK!!!!!!!!!!!

Renato disse...

Ao menos a diarista tem senso de ridículo nessa casa.

Amanda disse...

So deu cueca nesse post! Eu sou suspeita pra falar, ja que nunca gostei de "sujinhos fashion". Sempre achei a moda perda de tempo e dinheiro. Sera que sou uma sujinha?

Bailarina disse...

Sabe o que é? Na verdade o sujinho fashion nunca existiu! Essa coisa de parecer fashion na medida, pra não deixar de ser descolado, sempre foi muito ensaiada e uma desculpa pra não assumir o lado mauricinho! Daí, como vc disse, tá mais pra metrossexual que pra sujinho fashion! rs Eu voto no sujinho simples, no mauricinho, seja o que for, desde que isso não seja um imperativo na vida do sujeito e que ele seja espontâneo e feliz! E viva a camiseta de pijama!