Você não quer que eu volte

Você conhece a estrutura de uma empresa de televisão? Sabe como funciona?


A gente costuma dizer, no jornalismo, que televisão é parceria - o melhor dos repórteres não é ninguém sem sua equipe. Cinegrafista, editor, produtor, editor de imagem. Isso sem falar na turma da programação, que decide o que entra quando. Na tecnologia, que faz a parada virar sinal e chegar efetivamente na casa das pessoas. E, claro, na diretoria, que tem a função de arquitetar tudo isso, pensar, planejar. 


É muita gente envolvida. É muita mão, muito olho, muito ouvido que passa por cima do que é produzido antes que o produto vá ao ar. Num jornal impresso são, sei lá, dois níveis - três, com sorte. Num blog, então, nem se fala - basta um desocupado para dar merda.


É isso que me espanta. Não é possível que não tenha havido uma alma sensata, uma só, que, durante todo o processo de produção, não tenha pensado na quantidade de preconceitos embutidos na brilhante ideia de se criar um concurso de beleza de empregadas domésticas - com o requinte de crueldade de também premiar a dona, ops, a patroa da vencedora.


E se você está com preguiça de pensar no assunto, a Lola fez isso por você.