segunda-feira, julho 11, 2011

A banda mais bonita de Barcelona


A prova de que o verão chegou é que eu estou com vontade de falar de música. Ontem eu fui ver um show e vi outro. E cheguei à conclusão de a nova geração é bipolar.


Fui ver o show da Soko, que eu esperava ansiosamente há dois meses. Foi legal e tudo mas... . Ela não joga nem um pouco pra plateia, tocou uma música dos cds antigos. E é ainda muito mais poser do que já parece no youtube, escuta... de gorro?, num calor dos infernos?, precisa cantar dez músicas sobre morrer, morte, drogas e etc, assim, de enfiada?, num domingo à noite? Perdi um pouco a paciência. 


Aí, veio o show em seguida, I'm from Barcelona, que eu nunca tinha ouvido falar. Uma banda sueca (nomes com ö, adoro) composta por 29 pessoas que tocam o terror no palco. O rockzinho fácil e alegre, muito alegre, bem alegre mesmo, aquele povo todo dançando e cantando, balões e confetes de convenção política norte-americana. Entrei no clima na primeira música - mas havia uma pulguinha zumbindo aqui, atrás do meu brinco.


Será que eu já estou em idade de dizer que eu não entendo esses jovens?


O que a deprimida da Soko estava fazendo ali pulando com os outros 29 doidos? E tudo bem uma banda (de 29 pessoas) viver de compor canções de duas estrofes, cuja única função no mundo é fazer todo mundo dançar e pular? O indie pop não está ficando meio axé music demais pro gosto de vocês, não? Alguém me explica? 


O pior é que eu só comecei a me tocar que algo estava um pouco errado quando eles repetiram à exaustão o refrão "we are your friends/you will never be alone again" - que, detalhe, nem é deles, é da dupla Simian Mobile Disco. 


Antes que alguém me mande buscar minha nuvenzinha de chuva particular e ir me juntar à família Adams e à Soko, que fique bem claro que eu dancei, dancei, dancei. E que eu acho que um show como o de ontem deveria ser prescrito por psiquiatras.


Ah, e a ilustração não é minha. É da própria banda que, olha só, tem uma lojinha na Etsy.

Um comentário:

Felipe disse...

Carol,

O conceito de indie pra mim é algo que eu nunca consigo entender. Não existe uma "unidade sonora" no conceito de indie. Por mais que as pessoas digam que o Pixies era indie, que o teenage fanclub era indie, eu pergunto: se eles venderem 2 milhões de discos, assinarem com uma gravadora e fizerem shows pra 50 mil pessoas, continuarão a ser indies? Não? Por que não, se a música é a mesma?

Eu gosto de muita banda nova, mas nunca fui adepto de bandas indies derpimentes. Uns amigos deprês (seus amigos também) adoram o tal do The National. Eu ouvi o disco umas 20 vezes. E agora encho o peito com orgulho e todo o pós-conceito possível pra dizer: é uma merda, de cortar os pulsos.

Quer ouvir coisa alegre, nova e rock bom mesmo? Ouça toda e qualquer música do Franz Ferdinand. Ouça os três primeiros discos do Strokes (o último, desse ano, é um lixo) ou até mesmo o Jet, que só fez um disco, se não me engano. O Killers, que tem fama de ser uma banda triste, tem musicas muito boas e trabalhadas.

E não, você não tá velha. Tenho preguiça de bandas xaropes assim também!!!

Volta logo pra gente ver show do pôu!!!

Beijocas