sábado, novembro 05, 2011

Istambeautiful


Era uma mistura de vontade de férias, já que a gente não viajou no verão, curiosidade louca despertada pelo livro do Mathias Énard e muita vontade de ver amigos queridos. Daí que passamos uma semana em Istambul.

Uma semana encantada com as paisagens dessa cidade e com a hospitalidade dos turcos. Uma semana de chás de maçã, de docinhos turcos deliciosos, de pôres-do-sol pintando silhuetas incríveis - e olha que o sol andava preguiçoso esses dias.


Confesso que achei a cidade mais ocidental do que eu esperava. Não é para menos: embarquei levando na cabeça as imagens fantásticas de um romance escrito no tempo do sultanato. O Topkapi, mais importante herança desse tempo, ao mesmo tempo me surpreendeu - com suas abóbodas impressionantes e seus jardins que convidam à liberdade - e me irritou profundamente. Os aposentos solenes são tão lindos, tão inspiradores, e o harém, onde ficavam confinadas as mulheres do sultão, é tão opressor, tão parecido com uma prisão, que me deu... nojo.


Essa sensação também me tocou dentro das mesquitas de oração, onde os homens podiam rezar lá no centro e as mulheres ficavam todas confinadas - e cobertas - no fundo do templo. Eu juro que tentei não enxergar com meus olhos ocidentais viciados e parciais, mas não consegui.


O que me consolou foi ver, na cidade e na vida real, uma realidade bem diferente. As mulheres na rua são totalmente livres, se vestem como bem entendem e não deu para perceber sinais de um machismo marcante fora da esfera religiosa. Além disso, o carinho das pessoas com as crianças é algo realmente comovente. Como disse o Beto, parece que todo dia é Cosme-Damião.

Em poucas linhas, copio aqui tudo o que aprendi com a Candi sobre o indispensável em Istambul:


- A praça de Sultanahmet, com Topkapi, a Mesquita Azul e o Aya Sofia.


- Grande Bazar: comprei um jogo de xadrez que está animando nossas noites aqui em casa. Desejei ardentemente tapetes, luminárias e pratos, mas meu orçamento não fazia jus aos meus desejos.

- Os docinhos na Karakoy Gulluoglu.

- A vista da cidade de Eyup (no café Pierre Loti) e em Uskudar (na frente do restaurante Filizler Koftecisi). Detalhe: quanto mais lindas as vistas, mais difícil de encontrar uma cerveja. As duas regiões são alcohol-free.


- Os passeios de barco pelo Bósforo e no Corno de Ouro. A Eyup vá de barco.


- Os museus. Palmas para o Istambul Modern e para a galeria Salt, na agitadíssima Istiklal Caddesi.

Minhas pequenas frustrações:


- Não ter visitado a Suleymanie Camii.

- Não ter tomado um banho turco. Mas tudo bem. É a desculpa para voltar um dia.

5 comentários:

Anônimo disse...

Carol
Tenho acompanhado suas impressões sobre Paris e principalmente sobre as coisas e a vida.
Não sei como cheguei aqui, a não ser pelo fato de querer muito conhecer a França.
Queria te dizer que vc poderá continuar a falar sobre as coisas e a vida, em qualquer lugar que esteja e a França estará sempre dentro de vc.
E estaremos aqui para te ouvir.
Boa sorte.
Jane

Anônimo disse...

Carol,fotos maravilhosas e detalhes lindos. Sonhei com as lamparinas e tapetes mas não deu ou continuava a viagem ou carregava peso, beijos Dinda

Anônimo disse...

Carol,
visitei seu blog hj pela 1a vez e tive que comentar, não resisti a esse post.Istambul sem dúvida é um lugar muito especial. Tbm morei em Paris durante o tempo da faculdade, mas antes disso morei em Berlim onde conheci essas amigas turcas que acabei indo visitar depois...sem dúvida uma das viagens mais incríveis que eu já fiz, com direito a almoço de família, festa de noivado islâmica e até casamento. Uma experiência única! Pra quem ainda não foi...vale a pena ir!!!

RC disse...

Adorei Istambul. Viveria lá tranqüilamente. Um dia tomo coragem.

Andréa disse...

Ah, Istambul!
ô cidade linda, povo caloroso...

E os tapetes? maravilhosos, mas eu também fiquei só na vontade: além de caros, haja paciência pra negociar com os turcos hehehe.

Outra coisa que me marcou foi o chamado para as orações. Aquele som em meio àquela paisagem, lindo.

Beijos