Oquei, entendi

A melhor parte de ser mãe é ganhar florzinha de grama na primavera. E a pior é ser obrigada a subscrever o terrível lugar-comum materno de que quando você for mãe, você vai entender.

Tenho clara na minha memória a revolta adolescente no mais puro estado quando minha mãe comprou flores para refazer o jardim inteiro e decretou que o programa de domingo seria uma deliciosa oficina de jardinagem em família. Levantei os olhos aos céus, o que eu fiz para merecer?, muxoxei, desci, fiz um buraco na terra de má vontade, coloquei uma muda dentro e saí disfarçadamente alegando compromisso urgente com algum programa de televisão.

Mães são seres que inventam programas. No mundo encantado das cabeças maternas, elas sonham com uma tarde super animada... no museu palenteológico, por exemplo.

Como dá para ver, meus filhos não curtiram minha ideia mirabolante. Nada. Zero. Eu animadaça com o primeiro dinossauro da minha vida e eles, tipo, quando é o lanche?

Fizemos os dois andares em (muito) menos de quinze minutos e rumamos rápido para um super sorvete de chocolate. Uma dezena de estações de metrô depois e estávamos em casa, recuperando as bicis para um passeio pelo mesmo parque de sempre, onde os dois pareciam as duas crianças mais felizes do mundo - longe, bem longe daqueles esqueletos todos.