Viva 2011!

Vista uma saia curta. Uma blusa decotada.

Determine o fim do terno.

Corte radicalmente o cabelo.

Faça topless. Ou tudoless.

Case. Separe-se. Crie filhos de outra pessoa. Forme uma família. Depois outra, mais outra – quantas você for capaz de fazer feliz. Tente viver sozinho.

Se você é gay, dê um beijo de língua no seu namorado (ou namorada) na frente de todo mundo.

Se você não é, dê também.

Se é mulher, sente-se sozinha num bar. Peça cerveja. E olhe ao redor, olhando as pessoas nos olhos.

Se é homem, beije seus amigos queridos. Chore sempre que der vontade. Na frente de quem quer que seja.

Saia sozinho. Ouça Lenine.

Converse muito. Responda a todo mundo que disser algo que te incomode, seja seu chefe ou sua empregada.

Aliás, o legal mesmo era aprender a não ter empregada. Nada é mais século XIX do que ter empregada (e eu tenho).

Tenha amigos do outro lado do mundo. Assine um jornal, uma revista, que venha do outro lado do mundo. Não se conforme com o que há ou o que deixa de haver perto de você.


Fale outras línguas. Coma outras comidas. Ouça outras músicas.

Lembre-se de que a vida é simples. Que contas podem ser pagas, compras podem ser feitas, documentos podem ser providenciados pela internet. Tente não perder tempo com chatices.

Viva 2011. Viva no século XXI – e deixe que vivam também.

Que a gente se lembre disso cada vez que for julgar alguém. Da sorte que temos de viver aqui e agora - e da responsabilidade que vem com ela.

A gente já tem que aturar poluição, invasão de privacidade e spam – o que nos dá o legítimo direito de viver tudo o que há de bom para se viver aqui e agora.

Façamos tudo - porque a gente pode. Nem que seja só por isso.