Era aquele diálogo-padrão de hora do almoço, mas sempre cabe uma pseudo-filosofia.
- Eu não quero mais comer.
- Ah, quer, sim. Você ainda nem terminou o blablablaaaaaaaa...
E então ele me olhou com um ar mezzo-confuso, mezzo-indignado:
- Mamãe, eu não quero mais.
Na ênfase com que ele pronunciou essa palavra, eu entendi que eu poderia fazer o que quisesse - eu poderia amarrá-lo num tronco de árvore e gavar comida goela abaixo, ou recorrer às chantagens emocionais mais indignas lembrando do amor empregado em cada grão de sal - nada disso mudaria o fato de que ele não quer mais comer.
Nem o fato de ele de fato comer mudaria isso. Porque podem até nos sujeitar, mas a nossa vontade a nós pertence.
Isso posto, claro, passamos à sobremesa.
6 comentários:
soberanas são a vontade e a liberdade.
Adorei!
"soberanas são a vontade e a liberdade." (2)
;D
Ou com diriam os japoneses, existe um segundo estômago... o estômago para a sobremesa...Bisous, Sarah
Personalidade.
Concordo com todos - principalmente com a Sarah. ;o) Beijos em todos.
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