segunda-feira, agosto 11, 2008

Política da moderna vizinhança

Se tem uma coisa que Paris me deu foram vizinhos. Os que se metem na minha vida, perguntam a minha idade, mas também os que carregam minhas compras escada acima, querem me ciceronear na igreja do bairro. A melhor descoberta até agora é a amiga sul-africana com quem eu divido as manhãs de sexta-feira. Não mais que uma hora de conversa, intercalada com mil tentativas de convencer meus meninos de quase dois anos que o dela, de sete meses, não é um boneco. Semana passada o pequeno dela cortou a mão e ela correu pra cá pra acudir. Eu pensei, é oficial: eu virei mesmo amiga da vizinha. Sabe?, nunca tinha me acontecido.

A novidade da vez é o orkut de bairro que a prefeitura de Paris mantém. Um site de relacionamento onde você se inscreve pelo endereço e, na tela, cada pessoa vira um picolezinho de googlemap. Daí você visita o perfil do seu vizinho, fofoca sobre os bons endereços da região ainda inexplorados, arrisca uma conversa ou um picnic. Taí uma verdadeira política de boa vizinhança - combinava certinho com Brasília.

5 comentários:

Denise e Zé Guilherme disse...

Gente, que sensacional isso!
eu passei a minha infância (1 a 10 anos) num prédio pequeno com 6 apartamentos - 2 por andar - onde TODOS os moradores, eram pessoas que estavam num momento mais ou menos parecido na vida, jovens casais começando a família. E não é que as famílias foram crescendo todas juntas, sempre. Tipo: as crianças brincavam todas juntas SEMPRE, era como se fôssemos quase-parentes ou ainda primos; todas as reuniões de condomínio eram festas dos vizinhos; cada vez que uma criança ia fazer aniversário, todas as mães se reuniam na casa do aniversariante pra ajudar a mãe dele a enrolar brigadeiros e os homens iam encher balões tomando uma cervejinha. Enquanto isso nós, as crianças brincávamos - e brigávamos também, quase-irmãos que éramos.
Eram todos ótimos vizinhos e a experiência que eu vivi com eles foi a experiência perfeita de vida em comunidade (ou em condomínio)com tolerância, diversão e afeto quase-familiar.
Hoje ninguém mais mora naquele prédio, mas a amizade de TODOS continua tão bacana e ao menos uma vez por mês meus pais e os nossos (ex)vizinhos ainda organizam os famosos "almoços comunitários" que consiste em, não tendo nada mais programado, todos se reunem na casa de um e cada um leva um prato do almoço. É sempre delícia rever e reviver esses momentos!
Ai, que nostágica eu fiquei agora...
beijos,
Denise

Denise e Zé Guilherme disse...

ops, nostálgica*!
que disléxica eu fiquei agora...

Anônimo disse...

NEm tanto como no outro comentário, mas também já foi a época em que eu conhecia todos os vizinhos (tinha tanta criança da mesma idade que nem era tão difícil - e eu ainda peguei a fase "criança na rua o dia inteiro só sobe pra jantar"). QUando a filhota nasceu e eu mudei pra cá, ainda conhecia as outras mães. Hoje... Pois sabe que esse nigucinho seria mesmo ótimo pra conhecer a turma!

Anônimo disse...

Eu acho que isso seria ótimo, principalmente quando a gente muda de endereço quando tá mais velho e não tem tempo nem paciência pra saber onde tem cabelereiro, farmácia, padaria, barzinho, costureira, lavanderia etc perto de casa

FULANA E SICRANA disse...

Olá Carol!

Adoramos a sua visita lá NO TOILET. Confesso que sou leitora assídua do Le-croissant. Faz parte das minhas leituras gostosas do final de semana. Pontos em comum são o fato de Brasília fazer parte da minha vida (morei lá por dez anos) e por Paris. Gosto do modo que escreve e parabéns pelo blog! Sou leitora, mas péssima comentarista... risos (timidez virtual).
No mais, sobre vizinhos: em Brasília, logo que mudei o que mais estranhei foi o fato dos vizinhos nunca darem Bom dia, ou pedir coisas emprestadas... baiana convicta isso muito me abalou. Feliz amizade aí com sua vizinha.

Abraços,

Fulana (Carol)